Clareza: Qual é o Momento de Ir Embora?
- Valéria Ruiz
- 22 de jan.
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de fev.

Saber a hora de partir não é fácil. É um dos atos mais corajosos que podemos enfrentar em um relacionamento. E ir embora não usignifica desistir. Muito pelo contrário, é m gesto de respeito por você mesma. É quando você escolhe se colocar em primeiro lugar, porque percebeu que o amor já não nutre, não inspira e a conexão virou apenas uma lembrança distante.
Às vezes, partir é a única forma de se manter fiel a quem você realmente é e aos desejos mais profundos da sua alma.
Quando um relacionamento perde o sentido
No começo, tudo é promessa: planos, sonhos, aquela sensação boa de estar no lugar certo.
Mas, com o tempo, começam a surgir pequenas rachaduras – ou, em alguns casos, abismos. E aí vem aquela pergunta incômoda que não quer calar: "Será que ainda faz sentido ficar aqui?"
Os sinais podem até ser discretos, mas se tornam impossíveis de ignorar:
Você se sente sozinha, mesmo quando está ao lado da pessoa.
Seus desejos e sonhos ficam sempre em segundo plano.
O amor virou um esforço constante; leveza e paz ficaram no passado.
O relacionamento pesa mais do que te impulsiona.
Você já nem se reconhece mais.
Um relacionamento deve te fazer crescer, não te fazer desaparecer.

Por que é tão difícil ir embora?
Ir embora não significa desistir. Na verdade, às vezes, ficar significa desistir de você mesma.
E eu sei bem como essa decisão pode ser desafiadora, porque já estive nesse lugar.
Foram 19 anos de casamento, e a dúvida sobre o momento certo de partir me acompanhou por muito tempo. Não foi uma escolha fácil. Quando finalmente decidi ir embora, não foi porque o amor havia desaparecido por completo, mas porque percebi que eu estava me abandonando no processo.
E esse foi apenas o começo. Depois disso, em outras relações que vieram antes do meu segundo casamento, precisei enfrentar minhas próprias carências e inseguranças. Tive que ter maturidade e lucidez para escolher partir quando percebia que a relação não me ajudava a ser minha melhor versão.
Aprendi que, às vezes, partir é o maior ato de amor-próprio que podemos realizar.
Porque ir embora significa encarar o medo. O medo de ficar só. O medo de não saber o que vem depois. O medo do julgamento, das críticas, do "o que vão dizer?". E o mais irônico é que, muitas vezes, nos agarramos a algo que, no fundo, já não existe mais.
Ficar pode parecer mais confortável, mas, na verdade, é só mais doloroso. Porque, ao permanecer onde você não se sente mais bem-vinda, você acaba se abandonando.
Às vezes, o amor por si mesma precisa ser maior do que o medo de partir.
Buscando clareza: Quando é hora de ir embora?
Se você está nessa dúvida, vou te dizer: há alguns momentos claros que mostram que a saída pode ser o melhor caminho. É a busca de maior clareza do que está acontecendo.
Você já tentou de tudo.
Conversou, buscou ajuda, deu chances, tentou enxergar o lado positivo. Mas a outra pessoa não está disposta a mudar ou crescer com você. Relacionamento é parceria, e sozinha(o) você não pode carregar o peso de tudo.
Você não se reconhece mais.
Quando você olha no espelho e se pergunta: "Onde foi parar quem eu era?" Se para manter o relacionamento você precisa abrir mão de quem é, o custo está alto demais.
O amor virou dor.
Mais lágrimas do que sorrisos. Mais brigas do que paz. Relacionamentos saudáveis trazem leveza, não turbulência o tempo todo.
Você ficou por obrigação.
Pena, medo, culpa, comodidade... Essas não podem ser as razões para permanecer. O amor verdadeiro é uma escolha, não uma obrigação.
Se você precisa se convencer todos os dias a ficar, talvez seja hora de ir.

Ir embora também é um ato de amor
Sim, partir dói. Não é fácil. Mas, às vezes, é exatamente o que você precisa para honrar sua própria história. Porque o amor verdadeiro começa dentro de você.
Ir embora é escolher o respeito por si mesma. É lembrar que você merece mais do que simplesmente existir em um relacionamento que te esgota. Amar o outro não pode ser maior do que amar a si mesma.
Uma nova chance de recomeçar
Deixar um relacionamento não significa perder. Na verdade, é um reencontro com quem você é. O fim pode ser o começo de uma versão mais forte, consciente e verdadeira de você mesma.
Partir não é o fim. É a coragem de abrir espaço para o que realmente merece ficar.
Se você sente que está carregando um relacionamento que não te acolhe mais, faça uma pausa.
Respire fundo.
E se pergunte: "Se eu não tivesse medo, o que eu escolheria?"
Tomei a decisão de partir de dois casamentos.
No segundo muito frustado e me sentindo derrotado busquei ajuda.
Identifiquei que nos dois relacionamentos havia buscado a minha mãe.
Foi muito duro descobrir e encarar esse padrão.
De início isso me confortava e depois me esvaziava.
Busquei uma coach especializada em padrões comportamentais, me ajudou muito a parar de sofrer.
Não sei porque demorei tanto para abrir os meus olhos. Passei anos não sendo eu mesma, até que tive a coragem de me separar. Meu medo era os meus filhos, mas eles entenderam e tudo ficou mais fácil.